Bairro nobre da região central de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina.
Apesar de estar no oeste da Ilha de Santa Catarina, o Centro está geograficamente no centro da área urbana da Grande Florianópolis.
É a área mais densa e verticalizada da Ilha de Santa Catarina.
Conforme o Guia Floripa,
Falar sobre o Centro de Florianópolis é, muitas vezes, falar sobre história e os eventos que ocorreram no marco inicial da cidade.
Apesar do nome, o Centro está localizado no oeste da Ilha de Santa Catarina, entre o Morro da Cruz e o mar, no ponto mais próximo ao continente.
Praça XV de Novembro
Coração político da capital e do estado, o Centro já recebeu figuras extremamente ilustres como o imperador brasileiro Dom Pedro II e sua esposa, a Imperatriz Dona Tereza Cristina. Também foi palco da Novembrada, grande manifestação popular que ocorreu durante a visita do último presidente do regime militar, o general João Baptista de Oliveira Figueiredo.
Foi ali que o bandeirante Francisco Dias Velho desembarcou pela primeira vez, fundando o povoado de Nossa Senhora do Desterro e solicitando a construção de uma capela no local onde hoje se encontra a Catedral Metropolitana de Florianópolis.
Largo da Alfândega
Devido à sua posição estratégica entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires, Nossa Senhora do Desterro não demorou a se destacar nas atividades portuárias. As relações estabelecidas com outras regiões fizeram com que o fluxo de visitantes crescesse e também permitiram que o comércio florescesse ao redor do porto, em locais como o Trapiche Miramar, o primeiro Mercado Público e a Alfândega.
Largo da Alfândega
Para além da orla marítima, o crescimento do Centro foi orientado pela Igreja Matriz e pelos caminhos que levavam às fontes de água. Até o início do século XIX eram quatro essas fontes, sendo que a maior e mais famosa delas era a do Rio da Bulha. Esse rio nascia no Morro da Boa Vista, passava por baixo da Ponte do Vinagre e desaguava ao lado do Forte Santa Bárbara.
Na segunda metade do século XIX, os pequenos bairros que compunham o Centro começaram a ser diferenciar uns dos outros por conta da classe social de seus habitantes. Ao leste da atual Praça XV, pescadores, lavadeiras e prostitutas viviam em pequenos cortiços. Já na direção oeste, algumas das famílias mais abastadas da cidade ocupavam belos sobrados.
O primeiro lugar da Ilha de Santa Catarina a ser utilizado como estação balneária pela elite da cidade foi a Praia de Fora, que corresponde à atual Avenida Beira Mar Norte. No final do século XIX, algumas famílias construíram suas residências de veraneio na região, então considerada distante da vida tumultuada do centro urbano. Ter uma casa na Praia de Fora, à época, era sinônimo de status social.
Beira-mar Norte
Foi também no final do século XIX que apareceram as primeiras propostas de aterramento das áreas alagadiças do Centro. Os principais argumentos defendidos eram dois: aproveitar o espaço para a construção de edifícios e impedir o depósito de lixo nesse tipo de terreno. Assim, em 1884, começaram as obras do aterro da Praia da Bela Vista, que se estendia do Forte Santa Bárbara até a subida do Hospital de Caridade.
Em 1896, o antigo Mercado Público foi demolido após décadas de funcionamento e em seu lugar foram plantadas algumas árvores. Apenas dois anos mais tarde, em 1898, foi que um novo Mercado Público de Florianópolis foi inaugurado. Ainda que a localização do edifício seja a mesma que conhecemos atualmente, apenas uma parte dela é resultado das obras originais.
Mercado Público de Florianópolis
Outros aterros e obras de grande porte foram executados ao longo dos primeiros anos do século XX, como a canalização dos rios, o alargamento das ruas, a construção de praças e a implantação de um sistema de iluminação pública com energia elétrica. Esse desejo de modernização eventualmente afastou as camadas mais pobres da população do Centro, o que ocasionou a ocupação dos morros do Mocotó e da Caixa.
No entanto, a maior e mais importante obra a ser executada no Centro ainda estava por vir. Idealizada e executada pelo governador que lhe dá o nome, a Ponte Hercílio Luz foi uma impressionante obra de engenharia e arquitetura para a época. Até a sua inauguração, em 1926, a única maneira de chegar à Ilha de Santa Catarina era atravessando o canal à barco.
Ponte Hercílio Luz
A paisagem do Centro continuou a se transformar através do século XX com os aterros das baías Norte (década de 1960), Sul (década de 1970) e a construção das pontes Colombo Salles (1975) e Pedro Ivo Campos (1991). Com o crescimento da população e do tráfego da capital, foram criados novos terminais urbanos e, recentemente, um elevado que dá acesso à Avenida Beira Mar Norte.